quinta-feira, 16 de abril de 2009

Coração pertubado



Antes de Jesus ser preso, na noite em que foi traído por Judas, Ele falou as seguintes palavras de encorajamento para seus discípulos: “Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus, creiam também em mim” (Jo 14.1, NVI). Quem não tem experimentado ansiedade e medo ao enfrentar um futuro desconhecido que promete perigo e assombro? A insegurança intensa e os temores horríveis fragilizam as emoções e perturbam o coração.
Ameaças físicas tiram à paz da pessoa ameaçada porque ela não pode calcular a intensidade do sofrimento que virá. A imaginação age como um carrasco desmontando a segurança da vida interior diante da possibilidade de torturas ainda não sentidas. O sofrimento, que somos incapazes de processar, aflige a alma com dores quase reais, dores agudas e insuportáveis.
Perturbação ocorre quando um médico anuncia tristemente que e impossível acontecer o que tanto deseja!!! Quais são os sentimentos que desestabilizam o coração neste momento ?
Marcos informa que, na noite da traição, os discípulos fugiram uma reação natural ao se confrontar com uma ameaça que ultrapassa os recursos disponíveis ao coração. Pedro, mais corajoso, acompanhou o desenvolvimento mantendo sua distância do foco do perigo. Quando, porém, foi acusado repetidas vezes de ser seguidor do réu, negou com veemência e juramentos, afirmando que não era. Aí está mais uma maneira de se tentar escapar do perigo assombroso.
Naquelas horas em que o perigo mortal se aproximava, Jesus declarou: “Não se perturbe o seu coração; creiam”! Quando a mais adequada escapatória for negar, jurar inocência e fugir para se esconder, é bom ouvir do Senhor: “Não se perturbe o coração”. O escudo para o crente fiel continua sendo “Creia”.
Crer, no sentido empregado por Jesus, significa confiar na soberania dEle e na todo-poderosa transformação da ameaça em bênção. Crer em Cristo significa confiar nAquele que, de sua espontânea vontade, aceitou a cruz e todas as agonias inconcebíveis da morte do Filho perfeito. O profeta Isaías relatou esta verdade: “Meu servo justo justificará muitos e levará a iniqüidade deles” (53.11, NVI). Os piores e mais terríveis sofrimentos que a vida ou a morte podem lançar sobre nós foram levados pelo nosso substituto divino. “Ele foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação” (Rm 4.25). É essencial que creiamos nesta verdade para nos beneficiarmos deste recurso eterno.
“O aguilhão da morte é o pecado”, disse Paulo (1 Co 15.26), mas se Jesus tomou sobre si o castigo de nosso pecado, que sofrimento sobrará para justificar os nossos temores? Receber pela fé esse preciosismo deve anular a ansiedade e o medo. Logo em seguida, após a ressurreição de Jesus, Pedro mostrou uma invejável segurança e coragem. Acusou os judeus na mesma cidade em que Jesus foi condenado e crucificado. “Vocês”, disse ele, “com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-o na cruz” (At 2.23b, NVI).
O que mudou nesse discípulo amedrontado, que buscava com juramentos negar sua passada intimidade com Jesus?
“Mantenha a si em paz, primeiro”, disse o sábio Thomas a Kempis, “e então você poderá pacificar outras pessoas. O homem pacífico realiza mais bem do que aquele que é erudito... O homem bom, pacífico, vira todas as coisas para o bem” (A Imitação de Cristo, Shedd Publicações, p. 62).
Mas o caminho da paz depende da fé em Deus e no Senhor Jesus, que passou pelo vale profundo da morte e falou para seus seguidores: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27, RA).
Paulo descreve esta paz que excede todo entendimento como “fruto do espírito”, junto com o amor e a alegria (Gl 5.22). Não se compara com a paz que conversas com um psicólogo possam prover nem uma solução inesperada para uma ameaça sombria. Se a medicina mata a esperança e perturba o coração vale a pena atender a recomendação de Jesus Cristo: “Não perturbe o coração . Creiam em Deus, creiam também em mim”!

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