sábado, 31 de janeiro de 2009

O vazio que nos preenche



Parece ser um contra senso dizer que o vazio pode preencher. Por definição, vazio é: “que não contém nada”. Como, então, justificar o nosso título: “O vazio que nos preenchem?”
Refiro-me aos dois maiores marcos do cristianismo: a cruz e o túmulo vazio. Ambos estão vazios. Quando Maria Madalena viu o sepulcro vazio, ficou desesperada achando que alguém teria levado o corpo do Senhor Jesus (Jo 20.2). O túmulo vazio ainda não significava vitória para ela e nem para os outros, pois eles ainda não sabiam que era necessário que Jesus ressuscitasse dentre os mortos (Jo 20.9). Eles ainda não sabiam que aquele vazio iria inundar e preencher os seus corações tristes e desencorajados. Aquele vazio, aparente derrota, era a vitória.
Quando Jesus, com o seu corpo ressurreto e glorificado aparece a Maria, ela não se conteve e queria detê-lo (Jo 20.17). Mas ele ordena-lhe que fosse e anunciasse aos discípulos que ele estava vivo.
Quando Jesus morreu na cruz, muitas mulheres que o tinham seguido estavam ali olhando (Mt 27.55). Posso imaginar que, quando da retirada do corpo de Jesus ali da cruz, a tristeza delas, ao contemplar a cruz vazia, tornou-se ainda maior. Mal sabiam que a cruz vazia passaria a ser o maior marco de vitória. Ali estava o mais real indício de uma vitória que o mundo passaria a conhecer.
A cruz vazia juntamente com o túmulo vazio se tornou, ao longo dos séculos, marcas indiscutíveis da vitória sobre a morte. Esses “vazios” preenchem os nossos corações com a esperança concreta da vitória sobre a morte. A cruz e o túmulo vazio nos capacitam, sem medo, a fazer o mesmo desafio do apóstolo Paulo.
“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1 Co 15.55,

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